O governo britânico lançou, nesta sexta-feira (6), um novo programa de testes em massa em Liverpool, uma cidade do norte da Inglaterra duramente atingida pela segunda onda de coronavírus, na esperança de que esta medida piloto ofereça uma saída do confinamento.

Um dia após a entrada em vigor na Inglaterra do segundo confinamento de quatro semanas contra a pandemia de covid-19, meio milhão de pessoas que vivem e trabalham em Liverpool têm a possibilidade de serem testadas – com, ou sem, sintomas – para “quebrar a cadeia de transmissão” do vírus, segundo nota do Executivo.

O popular técnico do clube de futebol da cidade, Jürgen Klopp, incentivou a população a participar da campanha em um vídeo postado no Twitter.

“Faça por você mesmo, por sua família, por seus colegas e por sua cidade”, pediu o alemão.

As autoridades sanitárias implantaram diversos tipos de exames, inclusive um que sai em uma hora sem a necessidade de laboratório.

Para organizar essa operação gigantesca, a primeira no Reino Unido a incluir uma cidade inteira, quase 2.000 soldados foram mobilizados e novos centros de testes foram instalados em locais como ginásios.

Os testes também podem ser realizados em casa, em hospitais, em lares para idosos, escolas e locais de trabalho.

“É um projeto piloto e não vamos acertar na primeira vez, mas é uma oportunidade incrível de reduzir as taxas de transmissão e voltar à vida normal mais rápido”, disse o secretário municipal de Saúde Pública, Matt Ashton.

Se for bem-sucedido, o governo espera poder estender essa exame em massa a outras partes da Inglaterra para acompanhar o desconfinamento, previsto para 2 de dezembro.

“Esses testes ajudarão a identificar as milhares de pessoas na cidade que não apresentam sintomas, mas que podem estar infectando outras sem saber. Dependendo do sucesso em Liverpool, tentaremos distribuir milhões desses novos testes rápidos até o Natal”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson na terça-feira.

O líder conservador está sendo bastante criticado por sua gestão da pandemia, acusado pela oposição trabalhista de demorar em adotar medidas, apesar de o Reino Unido ser o país mais duramente atingido da Europa, com mais de 48.000 mortes.

Testes em massa já foram realizados em outras partes do mundo, principalmente na Eslováquia, que testou dois terços de sua população no início de novembro, em Luxemburgo e em algumas cidades chinesas.