A lista do primeiro-ministro iraquiano Nuri al-Maliki lidera a apuração das eleições legislativas em Bagdá, a circunscrição que atribuiu o maior número de cadeiras no Parlamento, aumentando a vantagem sobre os rivais, de acordo com os resultados parciais divulgados neste sábado pela Comissão Eleitoral, quase uma semana depois da votação de 7 de março.

Após a apuração de 18% dos votos, a Aliança do Estado de Direito (AED) de Al-Maliki registra uma vantagem clara na província de Bagdá, que concede 70 cadeiras, mais de 20% do total de deputados do Parlamento (325).

A AED de Maliki tinha 150.000 votos, seguida pela Aliança Nacional Iraquiana – uma coalizão de partidos religiosos xiitas -, com 108.000 votos, e o Bloque Iraquiano do ex-premier laico Iyad Allawi (105.000).

Segundo outros resultados parciais publicados pela Comissão Eleitoral, a lista de Maliki também lidera em quatro províncias xiitas do sul do país, enquanto o Bloco Iraquiano vence em duas províncias de maioria sunita ao norte de Bagdá.

Uma ampla vitória em Bagdá e nas regiões xiitas do sul permitiria a Maliki vencer as eleições.

Mas nenhuma lista conseguirá sozinha a maioria absoluta. As negociações devem ser complexas entre os partidos para chegar a uma coalizão de governo.

Até o momento apenas os resultados de nove de 18 províncias são conhecidos, e de forma parcial, já que menos de 30% dos votos foram apurados.

Os resultados completos devem ser anunciados no dia 18 de março, uma espera que gera especulações e acusações de fraude por parte dos partidos políticos.

Em previsão do resultado, a lista de Maliki já iniciou as negociações para formar o próximo governo.

“A Aliança do Estado de Direito formou um pequeno comitê de cinco pessonas que tem como missão negociar com as instituições políticas para formar uma coalizão que integrará o futuro governo”, disse à AFP Abbas al-Bayati, candidato da AED, atualmente deputado.

Mas para os analistas a tarefa é difícil para a jovem democracia iraquiana, que organizou as segundas eleições livres desde a queda do regime de Saddam Hussein em 2003, quando as tropas americanas invadiram o Iraque. Os Estados Unidos anunciaram a intenção de permanecer no país até 2011.

As primeiras eleições legislativas iraquianas aconteceram em 2005. Na votação da semana passada, mais de 6.200 candidatos de 80 partidos e alianças estavam registrados. O sistema proporcional e com listas abertas complica a apuração.

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