O Linux já prometeu derrubar a Microsoft antes. O sistema operacional que pode ser adquirido e alterado livremente briga com o Windows desde que foi criado pelo finlandês Linus Torvalds em 1991. Hoje, o sistema, que tem como mascote o pinguim e é elogiado pela sua estabilidade, funciona em 27% dos servidores nacionais. Mas, quando o assunto são os micros de mesa, o Linux nunca mordeu uma fatia maior do que 5% dos usuários ? na sua maioria iniciados em programação. Há duas semanas, uma nova peça reacendeu os ânimos dos defensores do modelo alternativo. A Eazel, empresa americana que trabalha com o Linux, lançou o Nautilus 1.0. O programa funciona como o Microsoft Explorer e o Outllook Express do Windows: organiza todos os arquivos, pastas e mensagens eletrônicas de forma simples e clara. ?O Nautilus é inovador e ousado. Ele irá atender o usuário mais simples, que não entende nada de computação?, diz Tarcísio Lopes, gerente de tecnologia de relações com desenvolvedores da IBM, uma das mais importantes aliadas do Linux. E o programa tem ainda outras companhias do seu lado. A Dell ? maior fabricante de PCs do mundo ? pensa em vender alguns de seus micros com o Nautilus já instalado. No Brasil, a Conectiva, que distribui o Linux, já está decifrando seu código para incluí-lo na próxima edição do seu software. ?Com o Nautilus, a Eazel poderia se transformar na Microsoft do Linux?, diz Lopes.

Para assumir essa posição, a Eazel terá de superar alguns obstáculos. Logo depois da festa em que lançou o Nautilus 1.0, a empresa demitiu 40 dos seus 75 empregados. A companhia levantou US$ 11 milhões num primeiro round de investimentos mas não conseguiu repetir a proeza uma segunda vez. A democratização do programa também vai esbarrar numa questão simples. Para poder puxar os arquivos da Eazel que estão disponíveis na rede é preciso ter o Linux na máquina. E instalar o sistema operacional no seu PC sozinho ainda é uma tarefa desaconselhável.