Em dezembro, o laboratório farmacêutico Eli Lilly, com sede na cidade americana de Indianápolis, anunciou o fechamento de sua única fábrica no Brasil. Instalada em São Paulo, a unidade terá a produção transferida para Porto Rico em até três anos. No entanto, a medida, ao que tudo indica, não é um sintoma de que o futuro da operação local está em risco. “O País segue como um foco muito grande da companhia”, diz Karla Alcazar, CEO da Eli Lilly no Brasil. “Estamos na trilha para nos tornamos, já neste ano, a principal operação em faturamento da empresa na América Latina, superando o México.” A receita da executiva para consolidar essa posição é reforçar os lançamentos locais. As prioridades estão nas áreas de imunologia, neurodegeneração, diabetes e oncologia. Nessa última frente, que conta com o reforço da aquisição recente da Loxo Oncology, por cerca de
US$ 8 bilhões, o Brasil já está entre os cinco principais mercados globais da farmacêutica. Karla cita doenças com alta prevalência no País, como câncer gástrico e câncer de mama, cujo tratamento hoje está restrito a processos como quimioterapia. “Temos muita oportunidades para oferecer um tratamento mais humanizado”, explica Karla. “Nosso investimento por aqui será contínuo.”

(Nota publicada na Edição 1132 da Revista Dinheiro)