O primeiro-ministro britânico Boris Johnson vai discutir com os líderes das instituições da União Europeia (UE) o andamento das negociações comerciais pós-Brexit, anunciaram nesta quinta-feira porta-vozes do bloco.

A discussão será “em 15 de junho” por videoconferência, tuitou o porta-voz do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em um momento de paralisação das negociações.

Para a primeira reunião de alto nível após o passo do Reino Unido em 31 de janeiro, a delegação europeia será composta por Michel, a chefe da Comissão, Ursula von der Leyen, e o presidente da Câmara Europeia, David Sassoli.

Segundo uma fonte europeia, o negociador da UE Michel Barnier também deve participar.

Apesar da sua retirada da UE, o Reino Unido continua a cumprir as regras europeias como membro temporário da união aduaneira e do mercado único, enquanto negocia com Bruxelas o novo quadro para suas relações comerciais.

O objetivo seria chegar a um acordo até o final de 2020, quando o Reino Unido corta completamente seus laços com a UE, mas a negociação não avança e Johnson se recusa a estendê-la para além de 31 de dezembro.

Apesar da falta de progresso, o negociador europeu disse em 5 de junho, que seria possível um “ambiente propício para um compromisso” entre “este verão” e “o mais tardar no início do outono.”

Nesta quinta-feira, o governo francês considerou “difícil” chegar a um acordo em “quatro meses” e não descartou a ausência de um pacto comercial.

Esse cenário teria consequências catastróficas, como o fechamento da fábrica da Nissan em Sunderland (norte da Inglaterra), onde 7.000 pessoas trabalham, alertou a montadora japonesa.

A discórdia entre ambos continua profunda em questões como o acesso de barcos de pesca europeus às ricas águas britânicas ou a vontade da UE de que o Reino Unido não reduza compromissos em questões fiscais, sociais ou ambientais.