Por Philip Blenkinsop e Marine Strauss

BRUXELAS (Reuters) – Líderes da União Europeia divergiram nesta sexta-feira sobre medidas para aliviar a crise no mercado de energia exacerbada pela invasão da Rússia à Ucrânia, mas conseguiram apresentar uma frente unida, em um momento de preocupações sobre o impacto da disparada dos preços do gás e do petróleo aos consumidores.

Um intenso debate sobre um teto para preços de energia, que colocou alguns dos países do sul da União Europeia contra Alemanha e Holanda, durou até a noite do segundo dia de uma cúpula da UE, que finalmente terminou com um acordo.

A guerra na Ucrânia levou os preços de energia para novos recordes e motivou a União Europeia a prometer cortar o uso do gás russo em dois terços este ano, aumentando as importações de outros países e fortalecendo sua energia renovável.

Enquanto os Estados da orla do Mediterrâneo pressionaram por um teto para os preços de gás para proteger moradias mais pobres, seus opositores disseram que isso seria efetivamente usar dinheiro público para subsidiar a geração de combustível fóssil.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse depois da cúpula que Espanha e Portugal receberam permissão para implementar medidas temporárias para cortar o preço da energia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deixou claro que foi aberta uma exceção para esses países, descrevendo como um “tratamento especial para a Península Ibérica”.

A Rússia fornece 40% do gás que a UE precisa para aquecimento e geração de energia e mais de um quarto das suas importações de petróleo.

Houve um acordo entre os 27 Estados-membros em torno de um plano para compras conjuntas de gás para conter os preços.

(Reportagem adicional de Philip Blenkinsop e Jan Strupczewski, em Bruxelas; Belén Carreño, em Madri; Bart Meijer, em Amsterdã; e Benoit Van Overstraeten, em Paris)

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