O líder da maioria republicana no Senado americano, Mitch McConnell, advertiu nesta segunda-feira (16) o presidente Donald Trump sobre as consequências negativas de uma retirada de tropas do Afeganistão e do Iraque, depois que a imprensa local reportou a intenção do presidente de acelerar a saída de militares destes países.

“As consequências de uma saída prematura dos Estados Unidos poderiam ser ainda piores do que a retirada de [Barack] Obama do Iraque, em 2011, que teria alimentado o crescimento do EI (o grupo jihadista Estado Islâmico)”, disse nesta segunda McConnell, um fiel aliado político de Trump.

O senador considera que os Estados Unidos “abandonariam” seus aliados ao retirar suas tropas e deixaria o caminho livre para os talibãs no Afeganistão, além de permitir a reconstrução dos grupos EI e Al Qaeda.

Segundo meios de comunicação americanos, o Pentágono recebeu instruções para preparar a saída de 2.000 soldados do Afeganistão e 500 do Iraque, antes de Trump transmitir o poder ao democrata Joe Biden, em 20 de janeiro.

Se estas instruções forem seguidas, restarão 2.500 militares americanos em cada país.

O Pentágono não confirmou as informações da imprensa, segundo a qual Trump poderia anunciar a medida esta semana.

Antes de o presidente demiti-lo em novembro, o secretário da Defesa, Mark Esper, insistiu em que fossem mantidos pelo menos 4.500 soldados no Afeganistão até que os insurgentes talibãs demonstrassem uma redução da violência no país.

Os talibãs e o governo afegão celebraram negociações de paz após um acordo assinado entre Washington e os insurgentes, que implica a retirada das forças até meados de 2021.

Segundo McConnell, uma retirada antes do tempo “daria a uma Al Qaeda, fragilizada e dispersa, uma grande vitória de propaganda”.

“O espetáculo dos soldados americanos deixando suas instalações e seu material (…) seria retransmitido em todo o mundo como o símbolo de uma humilhação e uma derrota americana, e de uma vitória para o extremismo islamita”, declarou.