A Líder Táxi Aéreo, maior empresa de aviação executiva do Brasil, está dando uma guinada de rota. Desde o início do ano, um grupo de executivos analisa profundamente a possibilidade de incluir o nome da empresa mineira no seleto grupo de companhias aéreas que atuam na aviação regular. As novidades não param por aí. Os vários nichos onde a Líder opera deverão, em breve, receber sangue novo. Estão avançadas as negociações com empresas estrangeiras para a venda de participações acionárias das unidades de negócio da companhia ? fretamento e venda de aviões e helicópteros, manutenção de aeronaves e atendimento aeroportuário. ?As primeiras parcerias deverão ser fechadas este ano?, afirma o presidente Eduardo de Pereira Vaz, sem abrir informações sobre as candidatas.

O lançamento de linhas nacionais e regionais com a marca Líder tem facilidades. Em 1991, o Departamento de Aviação Civil (DAC) concedeu a ela licença para, em sociedade com a inglesa British Aerospace, criar a Air Brasil. Embora a decolagem da nova empresa tenha sido abortada por conta de dificuldades financeiras da parceira britânica, a Air Brasil ainda está oficialmente ativa. ?Tudo depende de encontrarmos o investidor certo e identificarmos uma boa oportunidade?, frisa. A companhia mineira, que prevê um faturamento de R$ 200 milhões para 2000 (contra R$ 140 milhões em 1999), tem recebido a corte principalmente de empresas dos EUA e da Europa. Para todas, porém, já avisou: não abre mão do controle.

Nas negociações com potenciais parceiros para as unidades de negócio e para áreas ainda inexploradas, como a de propriedade fracionada, vale o mesmo critério. A Líder já engatou o diálogo com empresas de outros continentes sobre uma joint-venture na área de co-propriedade. Esse sistema consiste na gestão de aeronaves adquiridas por um condomínio de pessoas físicas ou jurídicas interessadas em garantir uma quantidade de horas de vôo por ano sem ter preocupações com a manutenção da máquina. ?Como é crescente o uso de aeronaves particulares, o potencial desse negócio é enorme?, garante Vaz. A disposição demonstrada pela companhia de conversar com os estrangeiros não está acontecendo à toa. Segundo Vaz, o ingresso dessas companhias servirá para selar o processo de profissionalização, iniciado em 1993, quando o fundador, o comandante José Afonso Assumpção, deixou a cadeira de presidente para dirigir o Conselho de Administração. ?As decisões tenderão a ser cada vez menos familiares e mais profissionais?, frisa o presidente.