PUERTO ORDAZ, Venezuela (Reuters) – Um líder indígena venezuelano que se opunha a grupos armados e mineração ilegal foi morto a tiros na quinta-feira na capital do Estado do Amazonas, disseram uma organização não governamental e três pessoas com conhecimento do caso.

Virgilio Trujillo Arana, um indígena uwottuja de 38 anos, era defensor da Amazônia venezuelana e havia formado grupos comunitários para atuar como guardiões do município de Autana, no Amazonas.

“Em vida, Trujillo Arana se opôs fortemente à presença de grupos estrangeiros e à exploração ilegal de mineração nos territórios indígenas do povo uwottuja, na área do Alto Guayapo”, escreveu a ONG de direitos indígenas A.C Kape Kape no Twitter.

A comunidade uwottuja é composta por cerca de 15.000 pessoas.

O diretor-geral da Kape Kape, Armando Obdola, disse à Reuters que Trujillo recebeu ameaças pelo ativismo e que o caso ecoava os assassinatos de ativistas ambientais e sociais na vizinha Colômbia.

Comunidades de uwottuja anunciaram em fevereiro passado a decisão de defender seu território contra uma “invasão silenciosa” por grupos criminosos, rejeitando a exploração ilegal de mineração, bem como o uso de suas terras para atividades ilícitas.

“Virgilio acompanhava as Forças Armadas como guarda territorial durante operações em áreas onde há grupos irregulares”, disse Obdola, acrescentando que há outros líderes escondidos que temem por suas vidas.

O Ministério da Comunicação e Informação e a Procuradoria não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

(Reportagem de Maria Ramirez em Puerto Ordaz, Venezuela, e Deisy Buitrago em Caracas)