O líder do movimento libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou nesta segunda-feira (18) que conta com “100.000 combatentes armados e treinados” e advertiu o partido cristão das Forças Libanesas (FL) de que não deve tentar arrastá-lo para “uma guerra civil”.

Em discurso televisionado, o secretário-geral do partido xiita Hezbollah, que tem o apoio do Irã, acusou a formação cristã de abrir fogo, na quinta-feira (14), contra seus simpatizantes e os de seu aliado, o movimento xiita Amal, o que resultou em sete mortes, e de se armar e querer provocar uma “guerra civil”.

“Revelo pela primeira vez esta cifra: temos 100.000 combatentes, treinados e armados”, declarou Nasrallah, ao detalhar que seu anúncio tinha como objetivo “prevenir uma guerra e não ameaçar com uma guerra civil”.

Hezbollah e Amal convocaram para a quinta-feira passada uma manifestação em frente ao Palácio de Justiça de Beirute para exigir a troca do juiz Tareq Bitar, encarregado da investigação da explosão no porto da capital em agosto de 2020, que deixou mais de 200 mortos.

Os movimentos xiitas acusam as Forças Libanesas de terem posicionado franco-atiradores nos telhados dos bairros cristãos nas imediações do palácio, que teriam atirado contra os manifestantes.

O chefe das FL, Samir Geagea, desmentiu essas acusações e afirmou na sexta-feira que os moradores do bairro de Ain el-Remmaneh estavam “se defendendo” dos “milicianos do Hezbollah que tentaram invadir suas casas”.

O Hezbollah é a única formação política no Líbano que conseguiu conservar legalmente suas armas depois da guerra civil (1975-1990), em nome da “resistência” contra Israel.