A chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou nesta segunda-feira (5) que a onda de manifestações está levando a cidade para uma “situação muito perigosa”. Há três meses um dos principais centros financeiros da Ásia vive uma convulsão social após o governo chinês aprovar uma lei que permite a extradição de cidadãos de Hong Kong para julgamentos em Pequim. Mesmo com o recuo do Partido Comunista, milhares de pessoas permanecem nas ruas em reivindicação por mais liberdade política e social.

A escalada dos protestos levou a uma greve-geral dos trabalhadores nesta segunda, suspendendo a maior parte dos atendimentos públicos e paralisando os meios de comunicação da cidade. O acirramento das manifestações nas últimas semanas criou uma série de alertas para analistas do mercado financeiro. Segundo eles, ainda não estão claros os impactos dos protestos no mercado e finanças da ilha.

Em discurso, Lam afirmou que o governo deve abordar uma reação mais dura contra os manifestantes e que ficará no cargo de gestora de Hong Kong, apesar dos pedidos de renúncias por parte dos grupos de oposição. “O governo será resoluto em manter a lei e a ordem em Hong Kong e restaurar a confiança”, afirmou ela nesta segunda.

As manifestações no início de semana levaram a Cathay Pacific, principal aérea de Hong Kong, a cancelar 150 voos entre segunda e terça-feira (6). Mais de 2,3 mil trabalhadores da aviação participaram da greve desta segunda, incluindo 1,2 mil tripulantes de cabine e pilotos da Cathay, segundo a Confederação de Sindicatos de Hong Kong.