Os 400 prisioneiros talibãs que o Afeganistão irá libertar para permitir o início de negociações de paz com a guerrilha islâmica representam “um perigo para o mundo”, alertou nesta quinta-feira (13) o presidente afegão, Ashraf Ghani.

A paz tem um custo e com essas libertações “pagamos o maior preço, o que significa que a paz terá consequências”, alertou Ghani durante uma videoconferência organizada por um centro de reflexão de Washington, o Council on Foreign Relations.

A libertação de “criminosos cruéis” e de narcotraficantes “significará certamente um perigo para nós, para vocês (Estados Unidos) e para o mundo”, completou.

O governo de Ghani iniciará em breve negociações de paz diretas com os talibãs, que exigem a libertação dos 400 prisioneiros para dar sequências às conversas.

Alguns dos membros desta lista estiveram envolvidos em ataques nos quais morreram afegãos e estrangeiros, e 44 deles estão sendo vigiados pelos Estados Unidos e outros países por seu papel em atentados contra alvos importantes.

Cabul já libertou cerca de 5.000 talibãs, mas até agora as autoridades afegãs se negavam a libertar os últimos 400 prisioneiros pedidos pelos insurgentes.

Na segunda-feira à noite, o presidente assinou um decreto para ordenar a libertação dos presos em até 10 dias, o que ainda não foi concretizado.

De acordo com um funcionário do governo, os prisioneiros só serão libertados quando os talibãs soltarem militares afegãos que capturaram.