O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para realizar uma audiência sobre compra e obrigatoriedade de vacinação contra covid-19 no País. Ao indeferir a liminar, o ministro destacou que poderá reavaliar o caso após manifestações da Presidência da República, Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria-Geral da República (PGR).

Aliado ao governo federal, o PTB apresentou ação no Supremo contra decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em fevereiro deste ano que prevê a realização de vacinação como uma das medidas compulsórias de combate à covid-19. O trecho passou a ser questionado por bolsonaristas sob alegação de que supostamente viola a “liberdade individual” da população.

A ação do PTB deverá ser analisada no plenário da Corte junto de outros três processos sobre o mesmo tema, mas que tem pedidos opostos. Todos são relatados por Lewandowski. Em um deles, assinado pelo PCdoB, PT, PSOL, PSB e Cidadania, é solicitado ao STF que impeça Bolsonaro e o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, de praticar qualquer ato que dificulte a continuidade de pesquisas sobre a vacina.

O processo foi movido após Bolsonaro desautorizar Pazuello em relação à aquisição de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã. Apesar de ter dado aval para a medida, a proposta de compra desagradou a militância virtual do presidente, que voltou atrás no acordo.

Outra ação foi apresentada pela Rede Sustentabilidade, que quer obrigar o governo federal a apresentar um plano de vacinação e impedir Bolsonaro de barrar o acordo fechado pelo Ministério da Saúde para aquisição da Coronavac. Um terceiro processo foi ajuizado pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), que pede ao Supremo que reconheça a competência de Estados e municípios em definirem sobre a vacinação compulsória da população.