Por que atender as pequenas empresas?
Eu e meu sócio trabalhávamos em bancos de investimentos em 2016. Percebemos que o momento era propício. Havia uma crise e o crédito, principalmente para os pequenos, era escasso. Os bancos tradicionais não entendem o pequeno empresário porque as informações não estão organizadas.

E como vocês entendem esses clientes?
Os bancos só trabalham com as informações dos cadastros dos maus pagadores e não emprestam para quem não tem dados consistentes. Nós usamos outros indicadores, como meios de pagamentos digitais, Inteligência Artificial, marketing digital, mídias sociais, Google, espaços publicitários, entre outros. Além disso, muitos pequenos empresários usam maquininhas e plataformas de gestão financeira. Nós analisamos todos esses dados em tempo real.

De onde vêm os recursos para emprestar?
Financiamos nossa carteira de crédito com debêntures e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Muitos fundos de investimentos têm liquidez. Nós captamos esses recursos do grande investidor e fazemos com que ele chegue aos pequenos empresários. Levamos o dinheiro da Faria Lima para qualquer canto do País.

Quantas empresas vocês atendem?
Temos um cadastro de mais de 100 mil empresas e recebemos cerca de 1 mil solicitações de crédito por dia. Dos 1 mil pedidos, conseguimos selecionar cerca de 200, porque somos rígidos, e finalizamos o empréstimo para 25. Os empréstimos são feitos com prazo de até 24 meses com taxas que vão de 1,99% a 5,99% ao mês, dependendo do perfil.

O movimento cresceu na pandemia?
Sim. Em novembro tivemos o nosso melhor mês. A demanda de solicitações diárias triplicou e o volume concedido dobrou. Nossa inadimplência ficou abaixo de 5%, não muito acima da taxa habitual, de 4%. Isso porque conseguimos dimensionar o crédito para cada empresa de forma que ela não seja sufocada.

Quais os resultados?
Fornecemos capital de giro e desconto de recebíveis para empresas que não conseguem ser atendidas pelos bancos. E temos um retorno muito positivo, porque conseguimos salvar o pequeno empreendedor que trabalha direito. Temos um grande impacto social e, por isso, captamos R$ 50 milhões com uma debênture como título social. Ela foi caracterizada como Social Bond em conformidade com os Social Bond Principles.

Quais são os prognósticos para esse mercado?
Nos Estados Unidos, as fintechs já respondem por um quarto do crédito. No Brasil, os grandes bancos ainda concentram a maior parte dos empréstimos, mas isso está mudando em função do avanço da tecnologia, com mudanças na forma como se analisam os perfis para concessão dos recursos.

SERVIÇO
Curso gratuito sobre criptomoedas

O bitcoin foi um dos investimentos mais rentáveis em 2020 e pode render mais em 2021. Em 1º de janeiro de 2019 o valor da moeda digital era de R$ 29,2 mil e no final do ano chegou a R$ 151,9 mil, valorização de 420% em 12 meses. Para entender melhor como funciona esse mercado, o TradeMap, aplicativo especializado no mercado financeiro, em parceria com a corretora NovaDAX, oferece um curso gratuito que tratará da relevância das criptomedas, dos fundamentos do blockchain, das estratégias de investimento e da tributação.

CRÉDITO
Financiamento imobiliário digital

A Melhortaxa, plataforma digital de crédito imobiliário, encerrou 2020 com cerca de 72 mil pedidos de financiamento. O volume é o dobro do registrado em 2019. O aumento confirma o aquecimento do mercado imobiliário e o maior interesse dos clientes por transações digitais, devido à pandemia. Desde sua criação em 2014, a Melhortaxa já intermediou R$ 1 bilhão em financiamentos imobiliários. Em dezembro, a fintech recebeu 3,6 mil solicitações de crédito, 60% a mais em relação ao mesmo período de 2019.

Número da semana
0,78% 

Foi a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, em janeiro. A inflação desacelerou-se em relação ao 1,06% de dezembro de 2020, mas foi o maior porcentual para o mês desde o 0,92% registrado em 2016. Nos 12 meses até janeiro, porém, o IPCA-15 acumula alta de 4,30%, acima dos 4,23% dos 12 meses até dezembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A principal causa da desaceleração foi a energia elétrica, cujos preços subiram 3,14% em janeiro, ante os 4,08% de dezembro. A desaceleração também decorreu da queda de 20,49% dos preços das passagens aéreas e pela alta menos expressiva da carne, que subiu 1,18%, e do arroz, que avançou 2%.