Um porta-aviões da Marinha brasileira teve seu leilão remarcado para o dia 29 de outubro e o lance mínimo pelo Nae São Paulo é de R$ 5.309.733,65. Publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (14), o processo de alienação do casco do navio conta com apenas uma empresa qualificada para a próxima fase.

Aberto em setembro de 2019, o certame passou por algumas etapas anteriores à venda, já que a França – proprietária original do porta-aviões – era a responsável por determinar quais empresas poderiam desmontar o navio. Isso estava alinhado no contrato de compra da navegação, concluído em 2000 pelo governo brasileiro.

+ Força-tarefa do MPF vai fiscalizar realocação de venezuelanos pelo Exército
+ Exercício militar reúne mil homens no Rio de Janeiro
+ Marinha faz desinfecção de Porto de Itaguaí, no Rio

Segundo o portal Airway, sete compradores se credenciaram para a disputa, mas apenas a Mediterranean Ships Breaking foi aprovada pela União Europeia. Um dos requisitos era o de garantir que o porta-aviões fosse desmontado de maneira segura e sem agredir o meio ambiente, já que ele carrega muito composto tóxico como o amianto. Além disso, havia o temor de que a sucata da navegação fosse desmontada na costa de Alang, na Índia, onde as condições de trabalho são precárias e não há cuidado com resíduos poluentes.

O processo é conduzido pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), vinculada ao Ministério da Defesa, e foi suspenso em agosto sem explicações. Com a retomada e nova data de leilão, a companhia qualificada para a compra foi convocada para o leilão no final do mês.

Descomissionada em 2018, a embarcação era uma das mais antigas em atividade no mundo e substituiu o NAeL Minas Gerais, que operou no Brasil entre 1960 e 2001. O São Paulo foi lançado ao mar em 1960 e serviu à Marinha da França com o nome FS Foch de 1963 até 2000, atuando em frentes de combate na África, Oriente Médio e Europa.

Com uma carreira curta, marcada por inúmeros problemas mecânicos e acidentes, a navegação possui mais de 32,8 mil toneladas e 265 metros de comprimento. Pouco utilizado pela Marinha brasileira, ao todo foram apenas 206 dias no mar, 54.024,6 milhas (85.334 km) navegados e 566 catapultagens realizadas.