O presidente da Samsung morreu neste domingo (25) aos 78 anos. O executivo já estava hospitalizado em Seul. A causa da morte não foi divulgada.

Lee Kun-hee, um dos magnatas mais ricos e poderosos da Coreia do Sul, transformou a Samsung Electronics em uma das maiores multinacionais do planeta, mas viveu uma vida solitária fugindo da exposição pública.

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Os escassos pronunciamentos feitos por esse multimilionário ecoavam no país e na Bolsa. Quando herdou a presidência do grupo Samsung em 1987 – que seu pai fundou concentrando na exportação de pesca e fruta – já era o maior conglomerado do país, com operações que iam da eletrônica até a construção.

Lee a transformou em uma potência global. Quando seu acidente cardiovascular o colocou na cama em 2014, já era a maior fabricante de smartphones e cartões de memória do planeta.

Samsung é a maior dos ‘chaebols’, os conglomerados familiares que controlam a economia sul-coreana, motor da transformação que sofreu o país arrasado pela guerra até se transformar na 12ª economia.

Mas na atualidade sua imagem tem sido manchada por acusações de manter turbulentos laços com o poder que custaram ao próprio Lee duas condenações em duas ocasiões por corrupção -ao subornar um presidente- e evasão fiscal.

“O presidente Lee foi um verdadeiro visionário que transformou a Samsung de uma empresa local na líder mundial de inovação e do poderio industrial”, recorda a empresa em um comunicado após o anuncio de sua morte.

“Mudaremos tudo” 

No início da presidência de Lee, a Samsung produzia produtos baratos e de péssima qualidade.

“Mudaremos tudo menos nossas esposas e nossos filhos”, disse em 1993.

A companhia queimou 150.000 telefones que tinha em estoque, pavimentando o caminho com seu sucesso.

Pouco depois, encomendou produtos chineses para serem exibidos na sede da Samsung, para mostra a rapidez da recuperação chinesa.

Lee praticamente nunca falava com a imprensa, mas ganhava toda a atenção quando resolvia romper com seu metódico silêncio, geralmente nas mensagens de Ano Novo.

Liberdade preservada

Os negócios e o poder político sempre andaram juntos na Coreia do Sul e em 1996, Lee Kun-hee foi condenado por subornar o presidente Roh Tae-woo.

Lee também foi condenado por corrupção e evasão fiscal em 2008, chegando a abandonar momentaneamente a presidência da companhia.

Mas suas condenações tiveram uma suspensão de pena, com isso teve sua liberdade preservada e recebeu posteriormente dois perdões presidenciais, chegando a liderar os esforços do país para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018.