O advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, afirmou ontem, 20, que as empresas que foram alvo da Operação Lava Jato não podem culpar o governo se eventualmente fecharem as portas. Servidor de carreira da AGU, Mendonça participou durante alguns anos de negociações de acordos de leniência.

O comentário de Mendonça foi feito em um café da manhã com jornalistas, após ser questionado se concordava com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que disse, em entrevista ao Estado na segunda-feira, 16, que a Lava Jato destruiu empresas.

“As empresas, quando nos procuravam para fazer acordos, falavam ‘você tem que fazer acordo, senão vou fechar as portas e gerar desemprego’. Eu dizia, ‘não transfira para nós o que é de sua responsabilidade. Você se pôs nessa situação’. O que não quer dizer que estamos aqui para fechar empresas. Se elas preencherem os critérios nós fechamos os acordos”, disse Mendonça.

O advogado-geral afirmou, ainda, que o ciclo de negociações com empreiteiras alvo da operação Lava Jato está chegando ao fim. Os acordos de leniência já resultaram em cifras que equivalem a R$ 11 bilhões, segundo o advogado-geral. Ele afirmou que pretende chegar a R$ 25 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.