A Latam registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de US$ 1,3 bilhão no ano passado, alta de 553,6% ante 2021. Em relação a 2019, último ano antes de a operação das companhias aéreas ser afetada pela pandemia, o desempenho ainda é 40,6% inferior.

Considerando o resultado final da empresa em 2022, o lucro chegou a US$ 2,5 bilhões. O número expressivo, porém, decorre de reclassificações de dívidas feitas quando a empresa deixou o processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos EUA, em novembro de 2022.

O presidente da companhia no Brasil, Jerome Cadier, comemorou o resultado e destacou, em entrevista com jornalistas, que a margem Ebitda, de 13,8%, ficou acima dos 9,9% esperados. Em conferência com analistas, o presidente do grupo, Roberto Alvo, disse estar otimista com o mercado brasileiro, mas afirmou que 2023 será um ano volátil devido à economia do País e aos combustíveis.

‘Agressividade’

Cadier destacou que a Latam que deixou a recuperação judicial é mais eficiente do que a de antes da pandemia, sobretudo com custo mais baixo, o que permite “maior agressividade e crescimento”. “Nos últimos dois anos, a Latam liderou o mercado em 23 meses”, disse.

O executivo ponderou que não vai diminuir preço de passagem para ganhar participação de mercado, como ocorreu no começo dos anos 2010. “Não está nas minhas metas ser líder (de mercado). Não vamos ganhar market share se não for de forma rentável. As margens precisam crescer ainda.” O plano do grupo prevê que, em 2027, a margem Ebitda chegue a 23,9%.

Cadier afirmou que passagens mais baratas dependerão da queda no preço do querosene de aviação e se disse otimista em relação às mudanças na política de preços dos combustíveis: “Não temos previsão de quando e como uma eventual revisão do preço praticado aqui vai acontecer, mas imagino que haverá um entendimento. O governo já sinalizou o desejo de democratizar mais a aviação.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.