Philippe de Nicolay Rothschild ainda não havia chegado à adolescência quando seu pai o apresentou aos vinhos que a família produz – e que estão entre os melhores do mundo. Em seu aniversário de 11 anos, provou meia taça de um Chateau Lafite 1911. Gostou. Décadas depois, ao se mudar para o Brasil, ficou chocado com o preço que o então importador cobrava por cada garrafa. Decidiu ele mesmo cuidar da importação. No início, sua empresa, PNR Group, trazia apenas rótulos dos Domaines Barons de Rothschild (Lafite) e o Champagne Barons de Rothschild.

O negócio engrenou a partir da criação da Edega, em 2016. Ela combina clube de vinhos e loja virtual em um catálogo selecionado pelo próprio dono, com a ajuda de um consultor também francês. Os dois gostam de visitar produtores e garimpar joias que surpreendam o consumidor com a melhor relação possível entre preço e performance.

É precisamente esse o caso do chileno Las Veletas Cabernet Sauvignon – Cabernet Franc 2016. Vendido a R$ 100 para o consumidor final no site da Edega, ele obteve 95 pontos do guia Descorchados, que o destacou ainda como “Vinho Revelação”. De cor violeta intensa com reflexos avermelhados brilhantes, ele leva ao nariz aromas frutados de cereja, framboesa e notas de cacau. Volumoso na boca, tem taninos suaves, fruta madura e um final longo e fresco.

O corte das uvas, que segue a tradição bordalesa, foi bolado pelo talentoso Rafael Tirado, enólogo que recebeu carta branca do proprietário da vinícola, Raúl Dell’Oro, para testar as possibilidades de seus vinhedos em Alquihue, no Vale de Maule. Ali havia cepas clássicas e pouco aproveitadas, como a país e a carignan, em videiras com até 150 anos de idade. Junto com outras variedades, essas uvas permitiram a Rafael criar vinhos fora do comum. Segundo Philippe de Nicolay Rothschild, “Las Veletas é um projeto surpreendente, uma propriedade histórica recuperada, que passou a produzir vinhos de excelente qualidade e distintos a partir de algumas castas centenárias, e por um preço justo”.

O rótulo é uma boa amostra do que Phillippe pretende com a Edega, cujo clube de vinhos dá aos associados desconto médio de 25% nos produtos de sua seleção mensal. São três tipos de assinatura, de R$ 240 a R$ 1.920 mensais.