Clewiston, 07/02 – Frente a duas grandes ameaças – uma doença que esgota os pomares de cítricos e um declínio dramático no consumo de suco de laranja -, a indústria de cítricos do Estado da Flórida, nos Estados Unidos, está buscando alternativas que vão de azeitonas a lúpulo e de romãs a pêssegos. Grande parte das principais culturas do Estado norte-americano – laranjas, toranjas e tangerinas – foi atingida por uma doença incurável chamada greening, que devastou pomares, prejudicando a produtividade e forçando alguns produtores a deixar o setor. A área da Flórida dedicada aos cítricos declinou significativamente nos últimos oito anos. Enquanto isso, o consumo per capita de suco de laranja nos Estados Unidos quase diminuiu pela metade nos últimos 12 anos. A produção de suco de laranja da Flórida cedeu quase 70% em igual período. “Ainda é um setor importante na economia agrícola, especialmente nos condados rurais, onde os cítricos podem representar até metade da renda agrícola”, disse Alan Hodges, pesquisador da Universidade da Flórida, no Departamento de Economia de Alimentos e Recursos. “As perdas estão em bilhões de dólares por ano”, ressaltou, porém, o especialista. No condado de Volusia, há esperança nas azeitonas. A nova cultura exige menos água, menos fertilizantes e menos agrotóxicos do que os cítricos. No condado de Hardee, o quinto maior município produtor de cítricos do Estado, funcionários estão experimentando pongamia (árvore nativa da Índia e da Austrália que produz oleaginosas semelhantes à soja), romãs e lúpulo, afirmou Bill Lambert, diretor de Desenvolvimento Econômico. Outro pesquisador da Universidade da Flórida, Brian Pearson, está no meio de um estudo para avaliar diferentes tipos de lúpulo, usado para fazer cerveja. Ele revelou que a planta pode se desenvolver na Flórida e que o crescimento de uma indústria artesanal no Estado pode oferecer um mercado para esta cultura. Fonte: Dow Jones Newswires.