O tsunami de lama de mineração liberado pelo rompimento da Barragem 1 da mina de Córrego do Feijão, na cidade mineira de Brumadinho, chegou ao rio Paraopeba. Nos últimos dias, equipes da Polícia Militar de Meio Ambiente, agentes do Ibama e da ONG Fundação SOS Mata Atlântica realizaram expedições para identificar o tamanho do estrago na vida aquática da região. A expedição organizada pela SOS Mata Atlântica identificou que os rejeitos de minério já chegam a mais de 90 quilômetros (km) do Paraopeba, avançando pelo distrito Pará de Minas. Testes mostram que turbidez está seis vezes acima do limite estabelecido pela legislação ambiental e que falta oxigênio na água.

Tudo isso levou o prefeito Elias Diniz (PSD) a decretar, na segunda-feira 4, estado de emergência em Pará de Minas, que fica a 40 km de Brumadinho. A Vale instalou três membranas de contenção no sistema de captação de água em Pará de Minas. Essa estrutura funciona como um tecido filtrante, que evita a dispersão das partículas sólidas que provocam a turbidez da água e alteram a sua transparência. A Agência Nacional de Mineração (ANM) passou a exigir, na terça-feira 5, inspeções diárias em barragens como as de Brumadinho e Mariana, que se rompeu em 2015. Pelo menos 88 barragens a montante serão inspecionadas no País.

(Nota publicada na Edição 1107 da Revista Dinheiro)