Depois do atual La Niña ter iniciado em setembro de 2020, os especialistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) estão prevendo que volte a acontecer em 2023, pelo terceiro ano consecutivo – existe uma probabilidade de 51%. O fenômeno climático triplo é raro e ocorreu apenas duas vezes desde 1950.

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O La Niña é uma das fases do El Niño-Oscilação Sul (ENSO), que ocorre a cada dois a sete anos, no qual os ventos do Pacífico fortalecem e a água quente se desloca para oeste, ficando a parte leste do Pacífico fica mais fria e seca.

Os cientistas acreditam que a principal razão são as alterações climáticas, que fazem com que estas ocorrências sejam cada vez mais comuns. Por sua vez, isso tratá consequências a nível global. “O Pacífico tropical é enorme. Se mudarmos a precipitação, isso terá um efeito de cascata no resto do mundo”, refere Michelle L’Heureux, cientista do NOAA.

De acordo com um artigo da Nature, entre os principais impactos estariam o aumento do risco de secas e de incêndios florestais na parte Sudoeste dos Estados Unidos, inundações no Sudeste da Ásia, mas também um novo padrão de furacões e ciclones no oceano Pacífico e no Atlântico.

Na Austrália, por exemplo, foram registadas chuvas acima da média e inundações recorde em Nova Gales do Sul e em Queensland, entre fevereiro de março deste ano.