O Kremlin classificou nesta sexta-feira de “totalmente infundadas” as acusações contra a cidadã russa Maria Butina, que, na véspera, declarou-se culpada de ter atuado com agente estrangeira de forma ilegal.

“Repetimos mais uma vez que consideramos totalmente infundadas todas as acusações”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O porta-voz, no entanto, não quis comentar “neste ponto” o julgamento de Maria Butina e sua estratégia de defesa.

Detida em julho em Washington e acusada de “complô” para “promover os interesses da Rússia”, Maria Butina, 30 anos, admitiu na quinta-feira que tentou abrir desde 2015, em benefício das autoridades russas, “canais de comunicação oficiosos com americanos influentes”.

Com a declaração de culpa, Maria Butina, que enfrenta uma pena de até seis meses de prisão e uma provável expulsão após sua libertação, espera uma condenação menos dura.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou as condições de detenção de Maria Butina nos Estados Unidos, que segundo ele buscam “romper sua vontade e forçá-la a confessar coisas que provavelmente não fez”.

“Está detida nas condições mais duras (…), que geralmente são criadas para os reincidentes mais perigosos”, declarou, de acordo com a agência pública russa RIA Novosti, antes de indicar que diplomatas russos a visitaram em sua cela na quinta-feira.

Neste contexto, Lavrov disse “entender” a decisão da jovem russa de declarar-se culpada.

“É a decisão dela e vamos fazer tudo para que os direitos de nossa cidadã sejam respeitos e para que volte para sua casa o mais rápido possível”, completou.