Em um momento ainda de dificuldade enfrentado pelo setor automotivo brasileiro, impactado diretamente pela crise gerada a partir da pandemia da Covid-19, com queda no número de emplacamentos de veículos no Brasil – segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a queda foi de 3,04% entre agosto e julho –, o segmento de compra e venda de carros usados respira com o surgimento de oportunidades de negócios. Quem planeja ocupar parte significativa desse mercado é a mexicana Kavak, líder do segmento na América Latina, criada há cinco anos, e que acabou de desembarcar no Brasil para comercializar tanto no formato físico quanto on-line.

O plano é ambicioso: investir inicialmente R$ 2,5 bilhões no País para compra de automóveis, garantir infraestrutura e contratar pessoal, o maior montante financeiro da empresa, que ainda tem filial na Argentina, implementada durante a pandemia, além de Brasil e México. E a ideia é comprar 100 mil veículos e vender metade desse ativo em até 18 meses. “Cada mês a gente vai vender mais e obter mais inventário. Já temos mais de 2,5 mil carros em estoque”, disse o venezuelano Roger Laughlin, cofundador da empresa de tecnologia e que assume a missão de comandar a operação brasileira. “Para vender, é necessário ter pelo menos o dobro de veículos.”

Flavio Sganzerla

“Seja qual for a escolha do consumidor, a gente vai estar preparado para atender a demanda”Roger Laughlin CEO da Kavak no Brasil.

Com o volume de vendas no Brasil, a Kavak quer fazer com o que o mercado nacional seja o maior da empresa globalmente. “Hoje o México é o maior negócio, onde a gente vende 3 mil carros por mês e pretende triplicar até o fim do ano”, afirmou o executivo da companhia. “Nossa ideia é chegar nesse volume em menos de um ano e alcançar o mesmo patamar do México.”

Mesmo sendo uma empresa de tecnologia, a empresa chega ao Brasil com seis lojas físicas e com intenção de alcançar 20 unidades até o fim do ano. A proposta da Kavak é garantir para o cliente a chance de escolher o canal para a compra ou venda. “Normalmente a jornada começa no formato on-line. Depois, há espaços físicos para que o consumidor possa completar a transação. Seja qual for a escolha, a gente vai estar preparado para atender a demanda”, disse Laughlin. A estrada está aberta para Kavak acelerar no Brasil.