Por Gabriella Borter

(Reuters) – Os eleitores do Kansas rejeitaram na terça-feira um esforço para remover as proteções ao aborto da Constituição do Estado, uma vitória retumbante para o movimento pelo direito ao aborto no primeiro teste eleitoral estadual desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou a decisão que permitia o procedimento em âmbito nacional.

O fracasso da emenda no Estado conservador aumentou as esperanças dos democratas de que a questão do direito ao aborto atrairá eleitores para o partido nas eleições legislativas de meio de mandato de novembro, apesar da preocupação com o aumento da inflação.

O resultado também impedirá a legislatura liderada pelos republicanos do Kansas de aprovar restrições severas ao aborto no Estado, que se tornou um ponto de acesso importante ao aborto nos Estados Unidos.

“Este deve ser um verdadeiro alerta para os opositores do aborto”, disse Neal Allen, professor de ciência política da Wichita State University. “Quando uma proibição total parece uma possibilidade, então você vai conseguir que muitas pessoas compareçam e você vai perder muitos dos defensores mais moderados das restrições ao aborto.”

Analistas políticos esperavam que a emenda do Kansas fosse aprovada, uma vez que os republicanos normalmente aparecem em maior número nas eleições primárias do Estado do que democratas e independentes.

Mas a votação de terça-feira teve um comparecimento acima do esperado. Com 98% dos votos apurados, 59% dos eleitores eram a favor da preservação dos direitos ao aborto em comparação com quase 41% que apoiavam a remoção das proteções ao aborto da Constituição estadual, de acordo com a Edison Research.

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