Por Nandita Bose

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, disse ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que as relações entre os dois países estão entrando em uma “nova era”, nesta terça-fera, quando eles concordaram em aprofundar os laços econômicos e investir na América Central para tentar diminuir a alta recorde na imigração.

Harris afirmou que as negociações com López Obrador, focadas nas causas da imigração, foram “francas”, abrangendo tópicos que vão desde imigração até segurança, vacinas e pandemia.

Grande parte se concentrou na melhoria dos meios de subsistência na região, e os Estados Unidos prometeram 130 milhões de dólares para apoiar os direitos dos trabalhadores no México, disse um assessor da vice-presidente.

“Acredito fortemente que estamos embarcando em uma nova era que torna clara a interdependência e a interconexão entre as nações”, declarou Kamala Harris. López Obrador disse que o encontro foi agradável e benéfico para os dois países.

Kamala Harris faz sua primeira viagem ao exterior desde que tomou posse, no momento em que ela tenta reduzir a imigração da América Central, que disparou nos últimos meses.

Kamala e López Obrador testemunharam a assinatura de um memorando de entendimento sobre agências de desenvolvimento que trabalham na América Central.

O acordo visa diminuir o número de imigrantes de países do Triângulo Norte da América Central –Guatemala, El Salvador e Honduras– aos EUA através do México.

Desde que o presidente norte-americano, Joe Biden, tomou posse, em janeiro, a quantidade mensal de imigrantes postos sob custódia na fronteira dos dois países atingiu seus níveis mais altos em 20 anos. Muitos são da América Central.

Kamala foi encarregada por Biden de tratar do fluxo imigratório.

Em uma visita à Guatemala na segunda-feira, ela disse a imigrantes em potencial: “Não vão” para os EUA.

A vice-presidente dos EUA visita o México depois de as eleições de meio de mandato de domingo erodirem a base de poder de López Obrador no Congresso.

Uma autoridade do governo mexicano disse que a ocasião da visita de Kamala não era ideal. Falando sob condição de anonimato, o funcionário disse que os EUA pressionaram pela visita.

(Reportagem adicional de Dave Graham)

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