Um tribunal sul-coreano se recusou nesta segunda-feira a prender o herdeiro do gigante da Samsung, Lee Jae-yong, como exigia a procuradoria, por causa de uma fusão controversa de duas filiais do grupo.

Após uma audiência de nove horas, um tribunal de Seul rejeitou o pedido da procuradoria, considerando que não havia razões suficientes para sua prisão, informou a agência de imprensa sul-coreana de Yonhap.

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Herdeiro da Samsung é julgado novamente por corrupção

Vestido com um terno escuro e uma máscara facial devido ao coronavírus, o herdeiro do maior conglomerado da Coreia do Sul não respondeu às perguntas dos jornalistas na chegada ao tribunal.

O Ministério Público de Seul anunciou na quinta-feira que havia solicitado um mandado de prisão para Lee Jae-yong, suspeito manipulador de preços durante a controversa fusão de duas unidades da Samsung – Cheil Industries e C&T – em 2015.

Alguns acionistas denunciaram esta operação, capital para a sucessão à frente do grupo, porque consideram que a C&T foi intencionalmente subvalorizada. O Fundo Nacional de Pensões, um grande acionista da Samsung sob a tutela do Ministério dos Assuntos Sociais, o apoiou.

Lee Jae-Yong, neto do fundador da Samsung, tornou-se o chefe de fato do grupo após o ataque cardíaco sofrido por seu pai em 2014.

Lee era o acionista majoritário da Cheil Industries. Os mais críticos à fusão dizem que a Samsung tentou reduzir artificialmente o preço da C&T, a fim de aumentar sua participação na nova entidade nascida da fusão das duas. Isso lhe teriaa permitido consolidar seu controle sobre o conglomerado.

Em um comunicado, o grupo considerou as suspeitas de manipulação de preços “infundadas” e acrescentou que Lee não se envolveu em “nenhuma atividade ilegal”.

Lee, vice-presidente da Samsung Electronics, também está sendo julgado novamente por corrupção no escândalo que levou à remoção e condenação da ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye.