A Justiça do Trabalho suspendeu as atividades da unidade da JBS na cidade de São Miguel do Guaporé, em Rondônia, após confirmação de infecção de funcionários com a Covid-19. De todos os contaminados pelo coronavírus confirmados, 60% são funcionários da empresa, segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (TRT-14).

Na decisão, o juiz do Trabalho Wadler Ferreira observa que “notícias nacionais e internacionais destacam os problemas de Covid-19 na empresa JBS, até nas unidades desta estabelecidas em outros países” e critica que “a empresa tomou medidas insuficientes para combater o vírus, como afastar os trabalhadores suspeitos”.

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Ferreira determinou a imediata suspensão das atividades laborais na planta da JBS, excluindo seguranças e vigias. Além disso, a companhia não poderá alterar a remuneração de seus empregados até realizar testes de coronavírus em todos os colaboradores. A decisão prevê multa de R$ 500 mil por dia no caso de descumprimento.

Como forma de amenizar o impacto econômico e social na região, o juiz determinou uma audiência de justificação para quinta-feira (28), telepresencial, para acelerar todo o processo de retomada. As partes são obrigadas a se apresentar, sob pena de condução coercitiva e multa no caso da ausência, informa o TRT-14.

A unidade da JBS emprega 950 trabalhadores em São Miguel do Guaporé, cidade que tem 25 mil habitantes.

Palavra da empresa

A JBS informou, por meio de nota, que “desde o início dessa pandemia tem adotado um rígido protocolo de prevenção contra a Covid-19 em suas unidades conforme as orientações dos órgãos de saúde e do Hospital Albert Einstein, além de especialistas médicos contratados pela Companhia para apoiar na implantação rigorosa de medidas para a proteção de seus colaboradores”.

Segundo a empresa, as ações foram o “afastamento de pessoas que fazem parte do grupo de risco como maiores de 60 anos, gestantes e todos os que tiveram recomendação médica; ampliação da frota de transporte e desinfecção diária das unidades”.

Destaca ainda que tem realizado a “medição de temperatura de todos antes do acesso às fábricas; vacinação contra gripe H1N1 para 100% dos colaboradores; ações de distanciamento social e forte comunicação de prevenção e cuidados, entre outras”.