O juiz Vallisley de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, homologou acordo de delação premiada fechada entre o Ministério Público Federal e o DJ Gustavo Elias Santos, acusado de integrar o grupo de Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, que hackeou contas de autoridades do País, incluindo o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o procurador da República Deltan Dallagnol.

Santos foi indiciado nesta quinta-feira, 19, pelos crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo eletrônico e interceptação telefônica ilegal.

Com base na homologação, a Justiça Federal expediu alvará de soltura para livrar Santos da prisão preventiva. Ele estava detido desde julho no âmbito da Operação Spoofing. Durante buscas em sua residência, a Polícia Federal localizou R$ 100 mil em espécie. A defesa alega que se trata de investimentos em bitcoin.

Santos nega ter participado das ações de Vermelho, afirmando que ter dito ao amigo não invadir os telefones das autoridades. A defesa apresentou troca de mensagens do DJ com Vermelho, no qual ele avisaria o colega: “Cuidado que você pode ter problema com isso”.

O amigo de Vermelho é o segundo acusado da Spoofing a fechar delação premiada. No dia 03 de dezembro, o juiz Vallisney Oliveira mandou soltar o estudante de direito Luiz Henrique Molição, que também firmou acordo de colaboração com a Procuradoria. Molição, no entanto, deverá utilizar tornozeleira eletrônica.

Antes da delação, em depoimento prestado no dia 25 de setembro, Molição detalhou à Polícia Federal os bastidores das invasões dos celulares de procuradores da Operação Lava Jato. Segundo o estudante de direito, “Vermelho” tem um “perfil narcisista e sociopata”. Molição também detalhou como invadiu as contas de autoridades e fabricou uma mensagem a partir da conta da deputada federal Joice Hasselmann (PSL).