A 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, decidiu adiar novamente a transferência do analista financeiro Lúcio Funaro da superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília para o presídio da Papuda. Funaro foi transferido para a sede da PF na capital federal no início deste mês e permanecerá no local até pelo menos o dia 28 de julho, a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

É a segunda vez que o doleiro, preso há mais de um ano, tem seu retorno ao presídio da Papuda, no Distrito Federal, adiado por decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira.

Os dois adiamentos atenderam a pedido dos procuradores responsáveis pela Operação Greenfield, que investiga fraudes e irregularidades na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).

No pedido, os procuradores alegaram a “necessidade de se colher novos esclarecimentos” a respeito de fatos revelados nas investigações de outras duas operações, a Sépsis e a Cui Bono?, dentro das quais Funaro também é suspeito de participação em crimes.

A Operação Sépsis apura irregularidades no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa. A Cui Bono? investiga a fraude em operações financeiras autorizadas pela vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias e pela vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa.

Funaro é testemunha-chave em processos que envolvem o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ex-ministros do governo do presidente Michel Temer, como Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).

Segundo divulgado pela imprensa, ele estaria negociando um acordo de delação premiada com o MPF, embora sua defesa ainda negue as tratativas. A permanência de Funaro na PF teria o efeito de facilitar o contato direto com os procuradores.