As imagens das câmeras de segurança mostram que o executivo Carlos Ghosn saiu sozinho no domingo passado de sua residência em Tóquio, segundo fontes próximas à investigação citadas pelo canal público japonês NHK, mas os detalhes da fuga para o Líbano ainda não foram esclarecidos.

As imagens, de domingo por volta das 12H00 (0H00 de Brasília), foram as últimas do ex-CEO da Renault e Nissan captadas por uma câmera instalada perto da entrada de sua casa para vigiar seus deslocamentos, de acordo com a NHK.

Ninguém suspeito aparece ao lado de Ghosn nas imagens. A polícia japonesa suspeita que ele se reuniu com alguém para embarcar em um voo.

Ghosn afirmou na quinta-feira que organizou sozinho a viagem para o Líbano, sem explicar os detalhes da fuga.

Imad Ajani, um amigo libanês de Ghosn que mora no Japão, afirmou à agência japonesa Kyodo News que ele conseguiu escapar dentro de uma caixa de instrumentos musicais após um concerto em sua casa, com a ajuda de dois agentes de empresas de segurança privadas que se fizeram passar por músicos. Outra fonte próxima ao empresário, no entanto, negou a informação.

A eventual fuga de Ghosn em uma caixa de instrumentos “é uma especulação”, disse Ajami nesta sexta-feira à AFP. “Não sei como partiu do Japão”, completou, antes de explicar que não conversou diretamente com o executivo após a fuga.

– Osaka-Istambul-Beirute –

As imagens de câmeras de segurança revelaram que o empresário saiu só no domingo de sua casa em Tóquio, segundo fontes próximas à investigação citadas nesta sexta-feira pela emissora pública japonesa NHK. Contudo, os detalhes de sua fuga para o Líbano ainda não estão claros.

Essas imagens são as últimas de Ghosn captadas por uma câmera colocada perto do acesso de sua casa para vigiar suas entradas e saídas, segundo a NHK.

As gravações não revelaram nenhum suspeito a seu lado nesse momento. A polícia japonesa suspeita que se reuniu com alguém para tomar um voo, segundo a televisão japonesa.

Ghosn garantiu nesta quinta que tinha organizado sozinho sua partida para o Líbano, sem entrar em detalhes sobre a fuga.

Os investigadores suspeitam que ele embarcou em um avião privado no aeroporto internacional de Kansai (oeste do Japão) no domingo 29 de dezembro à noite. Depois de uma breve escala no aeroporto Ataturk em Istambul, utilizado por aviões de carga e privados, embarcou em outra aeronave com destino a Beirute.

A companhia aérea turca MNG Jet denunciou nesta sexta-feira o uso “ilegal” de duas de suas aeronaves para a fuga do ex-CEO da Nissan-Renault.

Os investigadores japoneses fizeram uma operação de busca e apreensão na casa de Ghosn em Tóquio na quinta-feira. Sete pessoas, incluindo quatro pilotos, foram detidas na Turquia suspeitas de ajudar na fuga.

– Segundo passaporte francês –

A polícia suspeita que Ghosn saiu do Japão com uma identidade falsa ou evitando os controles oficiais.

Seus três passaportes – francês, libanês e brasileiro – estavam em um cofre de seus advogados japoneses, para limitar os riscos de fuga.

Ghosn, porém, tinha um segundo passaporte francês, em uma espécie de estojo lacrado e cujo código de abertura era conhecido apenas por seus advogados japoneses, informou na quinta-feira uma fonte próxima ao caso.

As autoridades libanesas indicaram que Ghosn entrou legalmente no país, com um documento de identidade libanês e um passaporte francês.

Carlos Ghosn anunciou que concederá uma entrevista coletiva na próxima semana em Beirute.