A parisiense Alexandra Damien, 33 anos, que reconheceu que se fez passar por vítima dos atentados de 13 de novembro de 2015 na capital francesa, foi condenada a dois anos de prisão, com seis meses efetivos, por fraude e falso testemunho.

O tribunal correcional de Paris estabeleceu 18 meses de condicional, com uma série de tarefas obrigatórias, indenização das partes civis e busca de emprego, tudo durante dois anos.

A jovem foi julgada especialmente por fraude ao Fundo de Garantia das Vítimas de Terrorismo e outras Infrações Penais (FGTI) por 20.000 euros, mas também da Associação Francesa de Vítimas do Terrorismo (AFTV), por meio da qual passou uma temporada de recuperação em um hotel da Normandia.

“A justiça mostra que pode ser inteligente”, afirmou o advogado de Alexandra Damien, William Bourdon, que elogiou uma “decisão equilibrada, moderada”.

Para o advogado, a sentença “leva em consideração a defesa” de Alexandra Damien, “sua confissão corajosa e, ao mesmo tempo, a demonstração de que a ganância não era sua linha vermelha”.

A Promotoria havia solicitado 18 meses de prisão efetiva, por considerar, ao contrário da defesa, que o caso era “marcado pela ganância” de quem procurou 10 vezes o FGTI.

Durante o julgamento, em 2 de outubro, Alexandra chorou, admitiu sua culpa e pediu perdão.

No dia 13 de novembro de 2015 a França sofreu o maior ataque terrorista de sua história, quando três comandos extremistas mataram 130 pessoas em vários bares e restaurantes da capital, na casa de espetáculos Bataclan e nas proximidades do Stade de France.