Fabricante de químicos do grupo Odebrecht, a Braskem recebeu nesta quinta-feira (4) uma notificação avisando que R$ 100 milhões foram bloqueados devido uma ação do Ministério Publico e Defensoria Pública do Alagoas por danos a moradores de um bairro de Maceió, que sofreram com afundamento de solo e rachaduras em suas casas.

A decisão, porém, é um alívio para a empresa, uma vez que o pedido inicial, protocolado na terça-feira (2), era o bloqueio de R$ 6,7 bilhões, pedido negado sob a justificativa de que a decisão afetaria os investidores da Braskem. A Promotoria e a Defensoria já disseram que vão recorrer a decisão e buscar o bloqueio do valor integral.

A intenção é de que R$ 29 milhões seja destinado a pagar o aluguel das famílias de 2.415 imóveis que terão de ser evacuados por conta dos problemas causados pela mineração de sal-gema na região da Lagoa Mundaú, explorado pela Braskem desde 1975. O restante do valor seria usado para sanar questões emergenciais como obras de engenharia, prestação de serviços médico-hospitalares, aquisição de insumos e outras necessidades.

O Ministério Público e Defensoria afirmam ter oito indícios que os problemas nos bairros do Pinheiro (mais afetado), Bebedouro e Mutange, foram causados pelas atividades extrativistas de sal-gema da Braskem. Em março de 2018, o local registrou um tremor de 2,4 pontos na escala Richter, mas há pelo menos uma década problemas de afundamentos e rachaduras podem ser observados nos bairros vizinhos a lagoa Mundaú.