Os juros futuros começaram em alta nesta quinta-feira (1) de agenda carregada e que abre o mês de julho, dando sequência, ao menos na primeira hora de negócios, à realização de lucros vista ontem, quando subiram após quatro dias seguidos em baixa, estimuladas pelo avanço do dólar, aumento do ruído político e menor apetite ao risco no exterior em função do avanço da variante delta do coronavírus na Europa e Ásia. Operadores afirmam que, apesar da queda do dólar nesta manhã, os ruídos políticos pesaram sobre a curva no início da sessão.

Às 9h30 desta quinta, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subia a 5,695%, de 5,687% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 estava em 8,55%, de 8,49% ontem.

“A curva de juros poderá seguir mostrando elevação de taxas, com os riscos domésticos e aspectos da conjuntura global favorecendo esse cenário. No entanto, em dia de leilão de títulos públicos no Brasil, não é possível descartar certa volatilidade em certos momentos do dia”, avalia o Departamento de Economia da Renascença DTVM, destacando a cautela com o cenário político. “Inicialmente apenas acompanhada em segundo plano, a CPI da Covid vem ganhando a notoriedade do mercado a partir do momento em que suspeitas de corrupção na tentativa de obtenção de vacinas implicaram o governo federal”, dizem os profissionais.

A CPI ouve nesta quinta-feira o empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply, e afirmou ter recebido de Roberto Ferreira Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde, o pedido de propina de US$ 1 para cada dose da vacina AstraZeneca adquirida pelo governo Bolsonaro.

Por aqui, os investidores ficam no aguardo dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio, às 10h30, para o qual a mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Estadão/Broadcast aponta criação líquida de 157,5 mil vagas, que seria a maior para o mês desde 2011. Em abril, o saldo ficou positivo em 120.935. O dia reserva ainda participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento sobre cooperativismo financeiro, também às 10h30, e o leilão de venda de títulos do Tesouro, o primeiro deste segundo semestre, entre 11h e 11h30.