Os juros futuros fecharam a sessão em alta e nas máximas, com destaque para os contratos de longo prazo que são mais sensíveis ao humor do mercado externo, a despeito do tom considerado “dovish” da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada antes da abertura do mercado. Ao final da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 estava em 10,320%, de 10,295% no ajuste de ontem; a taxa do DI para janeiro de 2019 subia de 9,80% para 9,84%; e a do DI janeiro de 2021, de 10,04% para 10,15%. Todos fecharam nas máximas.

O movimento de alta das taxas foi consolidado no período da tarde, quando o dólar começou a ganhar força aqui e no exterior e também o rendimento dos Treasuries acelerou o avanço, batendo máximas, diante do fortalecimento das apostas de que o Federal Reserve elevará os juros dos EUA na sua próxima reunião, dia 15. Nesse contexto, os investidores, que vinham bastante expostos ao risco nos últimos dias, reduziram um pouco suas posições. O dólar à vista fechou em R$ 3,1475 (+1,74%) e a T-Note de dez anos estava em 2,487%, de 2,452% no final da tarde de ontem.

Com relação à ata, analistas consideraram que o Banco Central manteve a porta aberta para uma eventual aceleração do ritmo de cortes de juros, a depender de alguns fatores. “O BC está se dando a liberdade de olhar o que está acontecendo. A chance de um corte de 100 pontos bases é grande, mas depende da atividade”, disse o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, que manteve a previsão de um corte de 0,75 ponto na Selic na próxima reunião. “O senso de urgência para acelerar o ritmo de corte da Selic não está presente em abril porque a atividade está melhor”, explicou. Na curva de juros, o quadro de apostas para a Selic em abril está praticamente dividido entre queda de 0,75 ponto e 1 ponto.