Os juros futuros persistiram em queda até o encerramento dos negócios desta sexta-feira, 8. O IPCA de novembro abaixo do piso das estimativas e a perspectiva de votação da reforma da Previdência no dia 18 ou 19 trouxeram alívio na curva, embora no começo da tarde a divulgação do Placar da Previdência no Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, tenha levado os juros a reduzirem a queda vista desde a abertura e, em alguns contratos, até zerarem o movimento e baterem máximas.

A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 recuou de 7,06% para 7,01% e a do DI para janeiro de 2020, de 8,34% para 8,29%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou em 9,24%, de 9,27%. A taxa do DI para janeiro de 2023 caiu de 10,15% para 10,11%.

O IPCA de novembro mostrou inflação de 0,28%, abaixo da previsão mais otimista captada na coleta do Projeções Broadcast, de 0,30%. A mediana era de 0,35% e o IPCA anterior, de outubro, de 0,42%. Entre janeiro e novembro, o índice acumula inflação de 2,50%, a menor variação desde 1998 (+1,32%). Na sétima queda seguida, os preços de alimentação e bebidas recuaram 0,38% em novembro e, no ano, acumulam deflação de 2,40%, a maior desde a implantação do Plano Real, em 1994.

O trader de renda fixa do Banco Sicredi, Getúlio Ost, afirma que a ponta curta da curva até janeiro de 2019 reagiu ao IPCA, que não somente veio abaixo do esperado, mas “com abertura muito benigna”. “Isso aumenta chance de termos uma queda de 0,25 ponto da Selic em fevereiro, principalmente se passar a Previdência”, disse.

Segundo Ost, o mercado viu como positivo a definição de uma data para a votação, mas segue cauteloso com a possibilidade de aprovação. O presidente Michel Temer disse que o governo está colhendo os votos necessários para a aprovação da reforma e que se reunir os votos levará a reforma à votação no dia 18 ou 19 deste mês. “Marcar a data é positivo, mas ninguém faz aposta firme de que isso vai acontecer”, disse Ost.

Contudo, pelo o que mostra o levantamento parcial feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na Câmara dos Deputados, publicado às 12h10, 212 deputados disseram que votariam contra o texto que modifica as regras para se aposentar no Brasil. Até aquele momento, o jornal tinha consultado 425 deputados, 83% da Câmara. Os favoráveis ao texto eram 61 e 87 se declaram indecisos; 57 não quiseram responder; 3 disseram que estarão ausentes. O jornal ainda não tinha conseguido localizar 87 deputados. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não vota.