Os juros futuros fecharam a sessão regular desta terça-feira, 6, em alta, que foi moderada na ponta curta e um pouco mais acentuada nos contratos de longo prazo, refletindo a pressão vinda do câmbio, a cautela com as eleições nos Estados Unidos e ruídos de comunicação do novo governo em relação à reforma da Previdência. Destaque da agenda doméstica nesta terça-feira, a ata do Copom foi considerada neutra em termos de impacto para os negócios, ao reforçar a mensagem de que a Selic deve permanecer estável pelo menos até o fim de 2018.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para 2020 subiu de 7,133% para 7,15% e a do DI para janeiro de 2021, de 8,083% para 8,11%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 9,27%, de 9,213% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 fechou em 9,82%, de 9,742%.

Com relação ao cenário internacional, o resultado das eleições norte-americanas de meio de mandato, que devem servir como um termômetro para a avaliação das políticas implementadas até o momento pelo presidente Donald Trump, deve sair ainda nesta terça.

Pesquisas apontam que o Senado continuará sob domínio republicano, mas a Câmara deve ser tomada pelos democratas, o que pode impossibilitar diversas medidas das políticas do “America First” pregadas por Trump.

No Brasil, o mercado se incomoda com a falta de sincronia no discurso sobre a reforma da Previdência dentro do novo governo, tanto quanto ao prazo para tramitação no Congresso quanto ao modelo que será proposto.

Bolsonaro admite que o texto a ser aprovado será o “possível”, e não o ideal, e que há pontos que podem ser votados neste ano, dentre os quais a idade mínima de 62 anos. “Se a gente conseguir idade mínima de 62 anos é um grande passo”, afirmou.

No período da tarde, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a aprovação da reforma proposta pelo atual governo, mas reforçou que, se o Congresso Nacional não votar o texto, o governo do presidente eleito apresentará uma nova proposta em 2019.

Com a sessão regular já encerrada, foi divulgada a informação de que o deputado Celso Maldaner (MDB-SC), relator do projeto sobre a autonomia do Banco Central, apresentou o texto nesta terça ao presidente do BC, Ilan Goldfajn. “A autonomia do BC está bem encaminhada, só precisa acertar politicamente”, disse o deputado.