Os juros futuros encerraram a sessão regular das 16 horas em alta, mais acentuada nos contratos de curto e médio prazos, refletindo o ajuste ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), a pressão sobre o câmbio, enquanto a postura mais defensiva em relação à tramitação da reforma da Previdência se mantém no pano de fundo. Nos demais ativos domésticos, na última hora, o dólar zerou a alta, operando mais próximo à estabilidade.

Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 encerrou com taxa de 6,465%, de 6,365% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou em 7,13%, de 6,991% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2023 subiu de 8,172% para 8,23%. O DI para janeiro de 2025 encerrou em 8,77%, de 8,712%.

O tom do comunicado do Copom veio mais conservador do que o esperado, na medida em que os diretores mantiveram a percepção de assimetria negativa do balanço de riscos para a inflação, frustrando as expectativas de que o balanço melhoraria para neutro. Com isso, a curva de juros praticamente apagou a precificação de cortes da Selic em 2019 e as taxas passaram o dia em alta.

“O dólar lá fora ganhando terreno acentuou o ajuste da curva”, acrescentou um operador.

Às preocupações com a desaceleração da economia global somou-se uma declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que avalia como “altamente improvável” que ele possa se reunir com o presidente da China, Xi Jinping, antes de 1º de março, prazo para o fim da trégua bilateral no comércio.

Às 16h28, o dólar à vista subia 0,13%, aos R$ 3,7099, distante da máxima da sessão, na casa dos R$ 3,73.

Nesse contexto, a avaliação é de que não há clima para a abertura de posições vendidas, até porque as questões relacionadas à reforma da Previdência seguem indefinidas.

No período tarde desta quinta, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse acreditar que a proposta poderá ser votada na Casa até maio. “É o mesmo prazo que levou para tramitar a proposta de reforma apresentada no governo do presidente Michel Temer. Na segunda quinzena de maio, eu acho que dá para votar. Com esse prazo, dá tempo de tudo. De organizar com calma”, disse Maia ao site BR18, do Grupo Estado.