Após terem encerrado a manhã desta segunda-feira, 18, rondando os ajustes de sexta-feira, os juros futuros se firmaram em baixa ao longo da tarde, alinhados à melhora registrada pelo câmbio e pelo mercado de ações e batendo mínimas logo que o dólar caiu abaixo de R$ 3,80 e o Ibovespa rompeu a marca inédita dos 100 mil pontos no intraday. No pano de fundo, está o otimismo sobre a tramitação da reforma da Previdência e o maior apetite ao risco por ativos de economias emergentes na etapa vespertina. Internamente, o IBC-Br fraco corroborou o indicador ruim da produção industrial de janeiro e o pessimismo sobre o PIB, sustentando o debate sobre uma possível queda da Selic ainda este ano.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a sessão regular em 6,355%, de 6,380% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 6,971% para 6,92%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 8,00%, de 8,062% no ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2025 recuou de 8,592% para 8,54%.

As taxas chegaram às mínimas pouco antes das 15h, na medida em que o dólar se firmava abaixo dos R$ 3,80, quando a do contrato para janeiro de 2023, por exemplo, voltou a negociar abaixo dos 8%. No final da sessão, no entanto, a queda perdeu força e as taxas acabaram fechando em baixa moderada. “O sprint foi bem maior no dólar do que no DI, que está praticamente zerado, mas o dólar caindo exerceu influência, sem dúvida. O Onyx disse que na quarta-feira entregam o projeto para os militares e isso é bom. Aos poucos as coisas vão se definindo e o mercado vai tentando precificar as probabilidades”, disse o sócio-gestor da LAIC-HFM, Vitor Carvalho.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou nesta segunda-feira que o projeto de previdência dos militares, da qual depende o início da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, será enviado ao Congresso na quarta-feira.

Também repercutiu positivamente no mercado o almoço no sábado que reuniu a cúpula dos Três Poderes na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), visto como passo importante para aparar arestas e, assim, facilitar a tramitação da Previdência. Maia disse que o objetivo do encontro foi “dialogar e ouvir o governo”. Segundo o parlamentar, “há um intuito de todos de construir uma nova agenda e de aprovar a reforma da Previdência”.

“Há uma série de coisas ajudando a curva a fechar, como o rali da bolsa, o dólar e as projeções de PIB mais fracas, além do cenário externo favorável”, disse o analista de renda fixa e crédito privado da Eleven Financial, Odilon Costa. Sobre a Previdência, ele afirma que não há mais dúvidas de que será aprovada. “A questão agora é o timing, com os mais otimistas já contando com a aprovação no segundo trimestre”, explicou.