Os juros futuros renovaram o fôlego de queda na volta do feriado, com fatores locais e externos determinando tal trajetória em todos os principais contratos da curva a termo. A definição dos nomes-chave da equipe econômica no governo de Jair Bolsonaro respondeu por boa parte do alívio de prêmios, alimentado ainda pelo fortalecimento das moedas de economias de emergentes em relação ao dólar, que por aqui fechou abaixo dos R$ 3,74.

O giro foi considerado muito bom para uma sessão cravada entre o feriado e o fim de semana, com alguns vencimentos movimentando volume acima da média dos últimos 30 dias.

O Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025, por exemplo, girou 109.875 contratos, enquanto a média dos últimos 30 dias é de 80 mil. A taxa deste DI fechou em 9,69%, de 10,13% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2020 fechou com taxa de 6,89%, de 6,947% no ajuste de quarta-feira, e a do DI para janeiro de 2021 caiu de 8,043% para 7,91%. O DI para janeiro de 2023 terminou com taxa de 9,16%, de 9,403%.

As taxas estiveram em queda desde a abertura, tendo atingido as mínimas à tarde, na medida em que o dólar se enfraquecia ainda mais ante outras divisas e os juros dos Treasuries também iam às mínimas.

No Brasil, a semana tem sido marcada pelo anúncio de vários nomes que vão compor a equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e que têm agradado. Nesta sexta-feira, a novidade foi a informação de que o atual diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Viana de Carvalho, chegou a um entendimento para permanecer no cargo “por tempo considerável”.

Com isso, após o anúncio de que Joaquim Levy vai assumir a presidência do BNDES, de que Roberto Campos Neto foi indicado para presidir o BC e de que Mansueto Almeida vai continuar à frente do Tesouro, a percepção é de que “a gestão será bastante profissional”, nas palavras do estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno. “Parece que vão mesmo segregar a política da parte econômica”, completou.

Para o diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset, Rogério Braga, a semana se encerra com o fim das dúvidas sobre os nomes, o que reduz desconfortos. “O mercado hoje ao longo do dia foi entendendo que a equipe está agora formada com bons nomes, o que tira aquele ruído de quem fica ou quem sai. A manutenção do Viana foi muito boa, com a troca de Ilan por alguém bem respeitado. Esse combo, que começou com Levy, encerra as indefinições”, disse.