A junta militar no poder na Guiné descartou, neste sábado (18), o exílio para o ex-presidente Alpha Condé, detido desde o golpe de Estado, e afirmou que a transição para um governo civil vai acontecer conforme “a vontade do povo”.

Esses anúncios ocorrem no dia seguinte à missão de dois presidentes da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que apresentaram à junta as exigências do órgão para a organização de eleições nos próximos seis meses e insistiram na libertação de Condé.

Segundo um porta-voz da junta, o coronel Amara Camara, líder dos militares, e o tenente coronel Mamady Doumbouya apontaram a necessidade de não repetir “os erros do passado” e lembraram que os encontros nacionais para traçar as grandes linhas de transição começaram na terça-feira. “Só o povo soberano da Guiné decidirá seu destino”, disse o tenente coronel.

“Também está claro para todas as partes que o ex-presidente permanecerá na Guiné”, disse o porta-voz.

Na sexta-feira à noite, a junta já afirmou que não cederia a “nenhuma pressão” e desmentiu os “rumores” de que havia negociações com a CEDEAO sobre a saída de Condé, detido desde o golpe de Estado em 5 de setembro e cuja liberdade é exigida pela comunidade internacional.

“Terá um tratamento humano digno de seu cargo em nosso país”, disse a junta em um comunicado.