O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou nesta quarta-feira (17) que gostaria de ver o retorno do Reino Unido à União Europeia (UE) após o Brexit, em meio às crescentes especulações sobre um segundo referendo.

“Mesmo que os britânicos saiam em virtude do artigo 50 [do Tratado da UE], também existe o artigo 49 que autoriza uma nova adesão. Algo de que eu gostaria”, disse Juncker em sessão na Eurocâmara, em Estrasburgo (nordeste da França).

Na véspera, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, já havia dito que os “corações” dos europeus “continuam abertos” aos britânicos, caso decidam recuar no processo do Brexit, previsto para ser concluído em março de 2019, e não abandonar o bloco.

Juncker ecoou as declarações da véspera, garantindo que, se o governo britânico decidir “seguir outro caminho que não o Brexit”, estarão “prontos para conversar”.

“Observei que houve uma reação quase incômoda a essa proposta”, comentou.

No referendo de junho de 2016, os britânicos decidiram deixar o bloco europeu, mas, na última semana, ganhou corpo a ideia de uma segunda consulta ao fim das negociações de divórcio em curso entre Londres e Bruxelas.

Ferrenho defensor do Brexit, o político britânico Nigel Farage sugeriu na quinta-feira (11) a possibilidade de realizar um segundo referendo sobre o tema, antes do recuo definitivo.

Londres já descartou uma eventual consulta e, ontem, o porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May, reiterou a posição do governo.

“Os britânicos votaram para abandonar a UE, e é isso que faremos”, garantiu.