O juiz federal Marcelo da Costa Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava Jato no Rio, marcou para março as primeiras audiências da Operação Calicute, que tem entre os réus o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e sua mulher Adriana Ancelmo. Os dois estão presos no Complexo de Gericinó, Bangu, na zona oeste do Rio.

O ex-presidente da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá e o ex-diretor da construtora Clóvis Renato Primo estão entre as testemunhas que serão ouvidas no dia 15. Ao todo, serão ouvidas sete pessoas nessa data e outras seis no dia 17.

Além dos ex-executivos da AG, serão ouvidos na primeira data Alberto Quintaes, João Marcos de Almeida da Fonseca, Rafael de Azevedo Campello, Vera Lúcia Guerra e Maria Luiza Trotta. Já no dia 17 foram chamados Michele Thomaz Pinto, Sônia Ferreira Baptista, Luciana Rodrigues da Silva, Alessandro Neves Lopes, Cícero Bezerra Deodato e José Carlos Cabral Filho. Todos foram chamados pela acusação.

O titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio também negou pedido da defesa de Cabral para quebra de sigilo fiscal e bancário da Andrade Gutierrez no período de 2007 a 2014. “As acusações dirigidas a este acusado se fundam em relatos de pagamento de propinas através da utilização de valores não oficialmente contabilizados acerca dos quais, por motivos óbvios, não são feitos registros oficiais”, afirmou.

A Operação Calicute, deflagrada em novembro, apura crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa nas obras para a urbanização em Manguinhos (PAC Favelas), construção do Arco Metropolitano e reforma do estádio do Maracanã para a Copa de 2014. Os delitos teriam sido cometidos pelos integrantes da organização criminosa liderada por Cabral.