Um juiz dos Estados Unidos se negou a validar um acordo que permitia à multinacional farmacêutica Bayer dispor de até 2 bilhões de dólares para evitar futuras ações relacionadas com um herbicida supostamente cancerígeno, e destacou que era “claramente não razoável” para alguns denunciantes.

O acordo era benéfico para a Bayer porque limitava seus futuros riscos legais, avaliou o juiz Vince Chhabria em sua decisão nesta quarta-feira (26).

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Ao mesmo tempo, o acordo não protegia suficientemente os interesses das pessoas que usaram o Round’Up, um herbicida à base de glifosato, antes de fevereiro de 2021, mas que ainda não foram diagnosticada com linfoma não Hodgkin, um câncer do sistema linfático, acrescentou o magistrado.

Desde a aquisição do grupo agroquímico americano Monsanto, em junho de 2018, a gigante alemã enfrentou uma série de processos judiciais contra o produto Round’Up nos Estados Unidos.

Em junho passado, chegou a um acordo de mais de 10 bilhões de dólares para encerrar 125.000 denúncias neste expediente aberto no país.

Mas o acordo foi parcialmente rechaçado pela justiça, devido a reservas sobre as futuras demandas.

Em fevereiro, a Bayer e advogados demandantes acordaram que a multinacional faria um aprovisionamento de fundos de “até 2 bilhões” de dólares para demandas futuras, o que foi indeferido pelo juiz Chhabria.

O Round’Up, baseado no glifosato, é classificado como um “carcinógeno provável” pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC), braço da OMS. No entanto, a Bayer nega essa qualificação.