A 10ª Vara Federal do Distrito Federal homologou nesta terça-feira (3) a delação de um dos suspeitos de invadir celulares e aplicativos de autoridades, informou a assessoria de imprensa do órgão. Com a homologação, os investigadores poderão continuar buscando provas que evidenciem as informações obtidas na delação.

Em julho deste ano, policiais federais detiveram, no estado de São Paulo, quatro suspeitos de acessar, sem autorização, o telefone celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Os detidos também são suspeitos de ter interceptado e divulgado parte das comunicações do ministro.

Os quatro suspeitos foram detidos nas cidades de Araraquara, São Paulo e Ribeirão Preto e, segundo informações da Polícia Federal, faziam parte de uma organização criminosa que pratica crimes cibernéticos. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.

A operação foi batizada de Spoofing, expressão relativa a um tipo de falsificação tecnológica, que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ministro percebeu a tentativa de invasão no dia 4 de junho, quando recebeu uma ligação do seu próprio número. Após a chamada, Moro recebeu novos contatos por meio do aplicativo de mensagens Telegram, que o ministro afirma que já não usava há cerca de dois anos. Imediatamente, o ministro abandonou a linha e acionou a Polícia Federal.