O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMD-RR), afirmou nesta segunda-feira, 21, que durante apresentação do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, na sessão da Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta terça-feira, 22, o recado que será dado é que houve frustração da arrecadação e também que o fato de a reforma da Previdência ainda não ter sido aprovada prejudicou ainda mais as contas do governo.

“O recado é mostrar o tipo de frustração de arrecadação, o tipo de aumento do déficit da Previdência”, disse. Segundo ele, quando o governo apresentou a proposta de reforma da Previdência muitos apressaram a aposentadoria com medo de perder algum tipo de direito. “Não perderiam, mas algum se apressaram em se aposentar. Aumentou o rombo e não se votou a reforma da Previdência. Então, não se teve o bônus. A reforma da Previdência surpreendeu negativamente na questão do déficit, nós tivemos queda de arrecadação”, disse.

Apesar disso, o senador afirmou que a reforma da Previdência é possível. “Nós temos que trabalhar para aprovar a reforma da Previdência. Temos que discutir com a Câmara como irá ser posta esta reforma da Previdência e a partir daí temos a condição de aprovar o que for possível e avançar no controle, na ação de mudar este déficit ao longo do tempo.”

Jucá citou também a frustração por conta da repatriação, “já que foi proibido parente de agente público” e que o governo teve “várias frustrações que devem ser debatidas”. “Eu acho que, ao criar o limitador do gasto público, o governo definiu o seu gasto fiscal. Déficit ou superávit, durante uma transição, será resultado desse esforço. Depois, nós teremos superávit direcionado todo para o abatimento da dívida, portanto, a médio prazo essa questão está superada. Eu acho que um déficit para o ano faz parte de uma transição”, completou.

Em relação à revisão de vetos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, Jucá disse que está sendo feita uma negociação. “Alguns vetos que a comissão de orçamento reclamou e, com razão, eu acho que foi preciosismo vetar alguns pontos ali, então acho que está sendo negociado que o governo mande um PL reinserindo alguns vetos que foram vetados para a LDO de 2018.”

O senador comentou ainda que o governo pretende votar a revisão da meta fiscal até o fim do mês. “Nós queremos votar a meta, se depender do nosso esforço, até o final do mês. Acho que o governo precisa destravar os ministérios. Nós precisamos ter uma condição de liberar gastos públicos e investimentos em setores estratégicos. Então, portanto, que a meta seja votada para depois se ter o gasto”, afirmou.