Reunidos aos pés do Congresso dos Estados Unidos nesta quinta-feira (22), um grupo de jovens vítimas dos desastres climáticos recentes pediram aos legisladores que reconheçam os efeitos dos desequilíbrios do planeta em sua saúde mental.

Em outubro de 2017, Madigan Traversi, uma adolescente da Califórnia, teve que fugir de casa de pijama com a mãe após sentir cheiro de fumaça.

“No dia seguinte, soubemos que nossa casa e nossos pertences haviam sido reduzidos a cinzas” pela passagem do Tubbs Fire, um dos maiores incêndios que já devastaram a Califórnia, conta.

Hoje, essa aluna do ensino médio, de 17 anos, relata que sofre de “ansiedade, depressão e trauma”, doenças que muitos jovens ativistas na linha de frente da luta global contra as mudanças climáticas afirmam sofrer.

Junto com uma colega de turma, Traversi escreveu uma resolução, apresentada no Congresso este ano, na qual pedia aos legisladores que tomem medidas efetivas contra as mudanças climáticas com o objetivo de “proteger a saúde mental dos jovens de hoje e de amanhã”.

“Há uma compreensão do que está acontecendo aqui” e “os jovens são em grande parte responsáveis por isso”, aplaudiu Mike Thompson, representante da Califórnia que apresentou a resolução no Congresso, em declaração à AFP.

Pesquisadores já alertaram para a particular vulnerabilidade de crianças e adolescentes, que enfrentam um futuro marcado por ondas de calor sufocantes, tempestades devastadoras e aumento do nível do mar.

“Estamos ansiosos por nosso futuro, e com razão”, disse Giselle Pérez, de 17 anos, co-autora desta medida. “Em 2050, terei 45 anos”, e se o Estados Unidos não se engajarem mais na crise climática, “o futuro da minha geração será desesperador”, adverte.