Independência financeira, fugir do desemprego e autonomia no trabalho são os desejos de uma parcela significativa dos jovens brasileiros. Um levantamento da Globo mostra que 24% dos jovens das classes A, B e C com até 30 anos são empreendedores e 60% querem ter um negócio próprio no futuro.

Entre os jovens que desejam empreender, 67% querem ter um negócio para se tornar independentes financeiramente; 39% para ter mais autonomia e não ter chefe; 33% ter tempo mais flexível; e 31% querem oferecer um produto/serviço inovador no mercado. O levantamento foi realizado no início de março com 1,5 mil pessoas de 16 a 30 anos.

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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostra que, no primeiro trimestre deste ano, a taxa de desocupação entre a população de 14 a 17 anos chegou a 46,3%; entre os de 18 a 24 anos, o desemprego foi de 31%; e de 25 a 39 anos, ficou em 14,7%, mesma taxa observada no conjunto do país no período.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em 2020, o empreendedorismo individual e por necessidade ganhou força. O número de empreendedores iniciais motivados por necessidade saltou de 37,5% para 50,4%. Já o empreendedorismo nascente, aquele que tem no máximo 3 meses em operação e inclui quem ainda não abriu, mas está fazendo algo para abrir um negócio, cresceu 25% e atingiu o maior patamar da série histórica, com uma taxa de 10,2%.

“Um grupo que pode ser chamado de filhos da pandemia, aqueles que começaram seu negócio pós pandemia e, em sua maioria, foram para o caminho do empreendedorismo por uma extrema necessidade de obter renda”, disse o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Segundo Melles, são necessárias políticas públicas que amparem os donos de pequenos negócios, ampliem a oferta de crédito, reduzam a burocracia, prorroguem o pagamento de impostos e até concedam moratória.