A jovem Zaynny Paulain, de 19 anos, conta com detalhes como sua família foi dizimada pela covid-19 em menos de uma semana. Ela perdeu os pais e a avó, segundo ela, em consequência da falta de oxigênio na Unidade de Saúde de Nova Maracanã, em Faro, no oeste do Pará. Após dizer que houve seis óbitos por falta de oxigênio esta semana, a prefeitura negou ontem que a causa foi a falta do insumo.

Elriane Paulain, de 34 anos, Zander Pereira Batista, 38, e Varela Paulain, 67, procuraram atendimento na UBS da comunidade na segunda-feira, 18. Segundo a jovem, o cenário era desolador. Sem oxigênio, a primeira morte foi da avó, na madrugada de terça, 19. Às 6h, a mãe não resistiu e morreu dizendo que não conseguia respirar. Não havia oxigênio na unidade.

Algumas horas depois, cilindros chegaram na UBS, mas o pai, em estado grave, não resistiu. “Estamos revoltados. Pedimos nas redes sociais que agilizassem o oxigênio, mas não chegou a tempo. Espero que isso sirva para que outras pessoas não morram”, lamenta.

O mesmo cenário de lotação e falta de oxigênio foi testemunhado pela família de Isa Melo, 84 anos. Ela também chegou na UBS na segunda, com sintomas fortes da doença. A neta Ketlen , de 22 anos, diz que avó foi colocada em uma maca improvisada nas cadeiras e dividiu oxigênio com outro paciente. Os filhos pediram autorização para transferi-la para Oriximiná, município próximo. Ela foi levada de barco, mas morreu em poucas horas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.