Quais fundos sua gestora possui?
Temos dois fundos. Um deles é o Balance, um fundo de fundos multimercado. Trabalhamos com gestoras parceiras e nosso trabalho é entender o momento do mercado e alocar recursos da maneira mais adequada para isso.

Dê um exemplo dessa estratégia.
Em outubro do ano passado o fundo tinha uma posição importante em renda variável. Com o movimento de alta dos juros e com o “descolamento” do Brasil de outras economias emergentes, nós reduzimos o peso das ações. No início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, nós optamos por aumentar a participação de cotas de fundos com ativos cambiais, pois procuramos fazer hedge por meio de posições em dólar. A gestão é dinâmica nesse sentido.

Qual a aplicação mínima?
A aplicação inicial mínima é de R$ 1 mil, e as movimentações posteriores podem ser de até um centavo. O fundo cobra uma taxa de administração de 1,80%, sendo que 0,80% é o trabalho da nossa gestora e o 1% restante é dos fundos nos quais o Balance investe. Não cobramos taxa de performance e o patrimônio é de cerca de R$ 50 milhões.

E o outro fundo?
Chama-se Graphene, e é um fundo de ações que se aproxima do Ibovespa. É um fundo que pode estar mais ou menos comprado na bolsa, mas que sempre terá uma carteira que se aproxima do índice. Nós entendemos que o mercado brasileiro está descolado do mundo. Por exemplo, a participação do setor de tecnologia na bolsa aqui é muito menor do que em outros países.

Qual sua avaliação do cenário atual do mercado?
Estamos em um momento de inflexão. A pandemia fez os bancos centrais reduzirem os juros para níveis muito baixos e levou os governos a ter políticas fiscais muito frouxas. Agora essa situação está se normalizando, com os bancos centrais elevando os juros. Mesmo assim, ainda vai levar algum tempo para a situação se normalizar. A inflação deverá permanecer elevada por algum tempo, o que exige a adoção de estratégias de proteção do patrimônio no longo prazo. Mas acreditamos que essa é uma situação transitória, e que a inflação vai se normalizar no médio prazo.

VOLTA AOS JUROS

Os gestores de fundos de pensão aproveitaram o início da alta de juros em 2021 e aumentaram a exposição à renda fixa, que passou a representar 75,7% do patrimônio, 3,1 pontos percentuais acima da participação de 2020. Já as ações perderam relevância, com a participação encolhendo 4,6 pontos percentuais, para 15,8%.

EM ALTA
11,04% 

É a alta acumulada em 12 meses pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), após subir 1,47% na terceira quadrissemana de abril, segundo levantamento feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A maior contribuição para o resultado do IPC-S foi no grupo Habitação, que desacelerou para 0,61% ante 1,81%, na quadrissemana anterior, graças ao aumento das tarifas de eletricidade residenciais, cujo preço caiu 2,08% após ter subido 2,30% no levantamento anterior.

EM BAIXA
3,1 pontos 

Foi a queda do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela FGV, em março ante fevereiro. O indicador chegou a 74,8 pontos, em uma escala de 0 a 200. O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a confiança no presente, recuou 2,6 pontos e atingiu 65,3, o menor nível desde os 64,5 pontos de abril de 2021. O Índice de Expectativas (IE), que avalia a percepção dos consumidores sobre o futuro, caiu 3,2 pontos e passou para 82,5, retornando aos 82,4 pontos de outubro de 2021.